sábado, 21 de março de 2009

PALESTRAS EM ÁUDIO

Vale a pena ouvir ou baixar essas palestras com Gilberto Theiss:

As chamas da perseguição - Gilberto Theiss.mp3


A vinda do falso Cristo - Gilberto Theiss.mp3


Afesta acabou 2 - sacudidura - Gilberto Theiss.mp3

..........................................................................................................................................................................
Palestra em áudio sobre a Santificação, com o pastor Judson Henrique Lino, Departamental da AMSUL. Ouça na sequencia:

Palestra 01
Palestra 02
Palestra 03
Palestra 04
Palestra 05
Palestra 06
Palestra 07

terça-feira, 17 de março de 2009

WORSHIP, O MERCADO E OS ADVENTISTAS: SINAIS DO TEMPO

Em uma de suas últimas semanas de oração aqui no Brasil, o evangelista Henry Feyerabend criticou um tipo de música gospel que estava se popularizando nos EUA.
.
Ele designou o referido gênero musical por um termo como “7 por 14” – dizendo que eram sete palavras repetidas catorze vezes!O falecido pastor Feyerabend certamente tratava do Worship: canções simples, com poucas frases musicais, repetidas até a exaustão, produzindo uma espécie de clímax, à medida que o acompanhamento rítmico vai aumentando, e depois segue até que fique mais suave.
.
O efeito é quase hipnótico.Muitas denominações evangélicas brasileiras (pentecostais e protestantes) fizeram versões ou adotaram o estilo dos worships americanos. E essa realidade começa a ser refletida no mercado fonográfico.
.
Em recente matéria publicada no Jornal de Santa Catarina, avalia-se o poder de influência dos artistas cristãos e seus worships tupiniquins. A matéria informa que a popular Aline barros teve uma de suas músicas, “recomeçar”, incluída na trilha sonora da novela global “Duas Caras”.
.
Adiante, se diz que a “ variedade de ritmos explorados pelo mercado gospel também é um atrativo para o público. Chamadas de louvor congregacional, estas músicas aproximaram as canções evangélicas das gravadoras."
.
[1]Como denominação, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) não fica incólume à revolução musical evangélica. Cantores como Luiz Cláudio e o Ministério de Louvor (conhecido pelo hit “Toque minhas mãos”) já trouxeram a linguagem emocional dos worships para nossas congregações.
.
[2] Mais recentemente, o Ministério Nova Semente, pertencente à Associação Paulistana da IASD, tem dividido opiniões ao propor uma “adoração contemporânea” para atingir as pessoas de mente secularizada.
.
[3]O jornalista Fernando Torres, analisando o CD “No teu altar”, da cantora Melissa Barcelos, fala acertadamente da “[…] presença de guitarras na base e na característica repetição de frase”, referindo-se, em especial, à canção “Ouço Tua voz” como sendo “praticamente um mantra”.
.
[4]À exemplo dos adventistas, mesmo denominações de forte tradição protestante, estão substituindo as músicas congregacionais dos antigos hinários (que seguem uma tradição que remonta aos corais luteranos, aos salmos puritanos e aos hinos tradicionais americanos) por música simples, ritmada e de caráter repetitivo.

“ – Nos últimos quatro anos, o louvor congregacional [em sua nova versão, inspirada nos worships] virou uma tendência dentro do mercado fonográfico gospel – avalia Milena Pinho, a gerente de vendas do grupo MK, empresa formada por mídias que atuam no segmento evangélico em âmbito nacional há 20 anos."
.
[5] Daqui por diante, podemos esperar, como adventistas, o mesmo tipo de manifestações de transe em nossos cultos, causadas pelas músicas que usamos em comum (ou que, ao menos, compartilham o mesmo estilo de adoração) com as denominações pentecostais.

[1] Caroline Passos, “Eles querem o céu: segmento evangélico marca presença no mercado musical brasileiro e se reflete em Blumenau”, publicado na seção “Lazer”, do Jornal de Santa Catarina, 26 de Março de 2008, p. 1.

[2] Já tive a oportunidade de usar tais exemplos no artigo “Shows cristãos: culto, entretenimento ou mundanismo?”, disponível em http://questaodeconfianca.blogspot.com/2007/07/shows-cristos-culto-entretenimento-ou.html.

[3] Esse raciocínio, embora convincente na aparência, destoa da orientação (que os adventistas professam aceitar) encontrada em Ellen White, “Evangelismo”, p. 508, também citado em Douglas Reis, “A Música sacra dentro da cosmovisão adventista: interpretando e aplicando conceitos de Ellen White – Parte 1”, disponível em http://questaodeconfianca.blogspot.com/2007/09/msica-sacra-dentro-da-cosmoviso.html.

[4] Fernando Torres, em uma das seções da revista “Conexão JÁ”, edição de janeiro-março de 2008, p. 21.

[5] Caroline Passos, idem.
.

Leonardo Gonçalves: As expectativas do novo CD e uma análise de sua influência musical

Leonardo Gonçalves, As experctativas do novo CD - Extraido do site www.michelsonborges.com

Leonardo Gonçalves estará lançando um novo CD em breve. A repercussão de seu primeiro trabalho, Poemas e Canções, foi estrondosa. O repertório logo se consagrou junto ao público jovem, especialmente no caso de canções como Volta e Getsêmani (sendo que esta última ganhou espaço entre os evangélicos por ter sido veiculada num comercial de televisão da Rede Super, canal de TV da Igreja Batista da Lagoinha).[1] Leonardo também trouxe um estilo diferente, baseado em influências musicais da MPB[2] e do estilo Black de cantar. Poderíamos arriscar dizer que, se há 15 ou 10 anos Fernando Iglesias era o cantor cujas músicas mais influenciavam os cantores das igrejas locais, hoje esse papel de modelo para os músicos é desempenhado por Leonardo Gonçalves.

Claro que tudo o que é novo causa estranheza e manifestações de desaprovação, principalmente por parte de membros mais antigos da igreja. Como serão as reações ao novo CD do cantor? Se Leonardo mantiver suas características, continuará dividindo opiniões. Mas teriam as pessoas o direito de questionar se uma forma de louvar a Deus é mais correta do que outra? Será que o Senhor aprova todo estilo musical? Que tipo de cuidados técnicos deveria ter um músico ao cantar na casa de Deus?
.
Primeiramente, qualquer questão envolvendo a música não pode ser vista apenas da perspectiva do antagonismo entre “estilo novo/estilo antigo”. Devemos procurar as orientações bíblicas e do Espírito de Profecia sobre o assunto. Parece que há um receio generalizado de consultar o claro “Assim diz o Senhor” quando o assunto é música. Alguns fazem crer que esse é um assunto no qual “vale tudo”, em que o mais importante é “ser sincero”. Parece que se formos honestos com as evidências da Inspiração, correremos o risco de desagradar à juventude ou ferir o gosto pessoal de alguém.
.
A MÚSICA SUPERIOR
.
Quero chamar a atenção para essas duas citações de Ellen White:“O cântico é um ato de adoração. O coração deve sentir o espírito do cântico a fim de dar a este a expressão correta.” [3] .
“Vi que todos devem cantar com o espírito e com entendimento também. Deus não Se agrada de barulho e desarmonia. O certo é-lhe sempre mais aprazível que o errado. E quanto mais perto puder chegar o povo de Deus do canto correto, hamonioso, tanto será Ele mais glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos impressionados favoravelmente.” [4]
.
O ponto mais claro afirmado nos dois textos é que existe uma forma correta de louvar a Deus. Em contrapartida, se há o correto, somos levados a crer que o que se afasta de seus princípios se torna incorreto.
.
Alguns poderiam afirmar “Música é questão de cultura”. É verdade que toda expressão artística (música, artesanato, artes plásticas, etc) parte de uma cultura. Mas os valores é que moldam a cultura. Se os princípios da Palavra de Deus moldam nosso coração, não nos afastaremos totalmente da nossa cultura de origem – no meu caso, e no da maioria dos leitores, a cultura brasileira – , mas ela será transformada, e seus aspectos contrários ao Evangelho serão sublimados. Isto é o que B.B. Beach quer dizer quando afirma que o culto é transcultural.[5]
.
Como cristãos, somos chamados a olhar para o modelo musical mais elevado, a música celestial. Em Testemenhos Seletos, volume I, a segunda citação vista acima, Ellen White fala que “[…] quanto mais puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto mais será Ele glorificado[…]”. Somos tomados por curiosidade a respeito do que seria exatamente este “canto correto”; felizmente, a autora se refere no parágrafo posterior à música executada nas cortes celestes, detalhando determinadas práticas dos músicos superiores:
.
“Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um uma harpa de ouro. Na extremidade inferior dela havia um dispositivo para virar, fixar a harpa, ou mudar os tons. Seus dedos não corriam pelas cordas descuidosamente, mas faziam vibrar diferentes cordas para produzir diferentes acordes. Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível.” [6]
.
Elementos como ordem, perícia técnica, harmonia e elevação podem ser claramente notados na descrição mencionada.[7] Na Bíblia, o cântico dos anjos é dirigido a Deus Pai, quando concluiu Sua Obra de Criação (Jó 38:7) e Deus Filho, quando concluiu a Sua Obra de Redenção (Apocalipse 5:12). Sempre uma obra divina serve de mote para que os anjos glorifiquem o Ser Superior, exaltando Seu poder criador, a beleza de Sua santidade, a inteireza de Sua justiça, enfim, aquilo que compõe a singularidade de Seu caráter. Adorar a Deus é reconhecer amorosamente aquilo que Ele é. A música cristã deve estar fundamentada neste princípio, não na exaltação performática das habilidades do músico.
.
DEVO OUVIR QUALQUER TIPO DE MÚSICA EM MINHA CASA?
.
É comum algumas pessoas argumentarem que a música cristã para ser ouvida dentro da igreja é de determinado tipo, enquanto há outra variedade de música cristã para ser ouvida fora da igreja. Penso que a música usada na devoção pessoal possa até ser distinta daquela que é executada num sábado de manhã, por exemplo, desde que ambas representem adequadamente o caráter de Deus.[8] A adoração não é apenas uma prática cúltica – é, antes de tudo, um estilo de vida. Eu adoro a Deus quando vivo de acordo com Sua vontade, porque a minha vida se torna um meio de exaltá-Lo pelo Seu caráter, reproduzido em mim.[9]
.
O apóstolo oferece esta norma para o viver cristão:
.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:19
.
Se servimos a um Deus que é Santo, temos de oferecer-Lhe música compatível com o Seu caráter. A essência da santidade é ser separado (no caso de uma pessoa ou elemento cúltico, separado para uma finalidade; no caso de Deus, separado de tudo quanto existe, principalmente do mal e pecado). Uma música santa não pode ser identificada com ritmos populares (samba, rock, axé, hip hop, sertanejo, pop, entre outros), que transmitem sentimentos e ideais mundanos (como sensualidade, protesto, revolta, satisfação egoísta, etc.).
.
Sob este prisma, é lamentável quando músicos adventistas de grande talento, como José Barbalho, Novo Tom e Jader Santos, mencionando alguns exemplos, cantam, compõe e produzem Bossa Nova, uma linguagem musical fortemente influenciada pelo jazz americano![10] Como a santidade divina pode ser devidamente representada por um ritmo popular, também usado em canções seculares frívolas?
.
Mais triste é quando músicas seculares são regravadas em versões “cristianizadas”! O próprio Leonardo Gonçalves gravou Any Time (“Coração do Pai”, ainda quando estava no grupo Novo Tom) e I’m Your Angel (“Serei o seu anjo”, dueto com Tatiana Costa), canções pop românticas lançadas respectivamente por Bryan McNight e Celine Dion.
.
A prática de converter músicas seculares em canções gospel não pode ser encarada como natural. Isso porque a escolha da música pode ou nos rebaixar ou nos elevar. Karlheinz Stockhausen, expoente da música eletrônica, afirma que
“Ao revolucionar nossa maneira de ouvir, a música eletrônica pode revolucionar nossa maneira de viver.”[11]
.
O mesmo pode ser dito da música de modo geral – ela tem o poder de influenciar nossa cultura, comportamento, ideologia e sentimentos. Como pode a música mundana cumprir a função de elevar nossa mente a entreter comunhão com o Céu? Vale a pena nos lembrar de que o cristão é orientado pela Palavra de Deus e isto afeta à sua vida como um todo – inclusive o seu gosto musical. Deveríamos, portanto, criar cultura sadia, nobre, e não consumir a cultura que recende a valores mundanos.
.
“O modo como expressamos a imagem de Deus pode ser demonstrado pelas nossa criatividade e maneira de construir cultura.…
Se trabalhamos com a cabeça ou com as mãos, se somos analíticos ou artísticos, se trabalhamos com pessoas ou com coisas, em cada vocação somos criadores de cultura, oferecendo nosso trabalho como serviço a Deus”[12]DA ÁFRICA PARA O GOSPEL BRASILEIRO
O teor da polêmica envolvendo o trabalho de Leonardo Gonçalves está no uso constante da técnica do melisma.[13] Não que haja qualquer problema ou proibição específica deste recurso; porém, da forma como é empregado por Leonardo e seus “genéricos”, fica patente a influência da música negra americana, tanto do lado gospel (Take 6, para citar uma influência visível[14]) quanto do secular (Mariah Carey, Bryan McKnight , entre outros).
.
A Black Music nasceu dos antigos Nigro-spirituals, canções folclóricas de fundo religioso, cantadas pelos escravos africanos nos Estados Unidos. Os spirituals não apenas deram origem ao gospel, mas a uma gama de estilos negros[15]:
.
“As woksongs [spirituals cantados durante as horas de trabalho escravo] crescentemente tomaram a forma de chamadas solo ou ‘holler’ (gritos), os quais eram comparativamente livres na forma. Chamadas deste tipo têm sido gravadas nas regiões das savanas da África Ocidental, por exemplo no Senegal, onde o cultivo em campos abertos é mais comum do que nas florestas. …Conforme Frederick Law Olmsted (1853) era [o ‘holler’] um ‘grito musical longo, altissonante, subindo e descendo e atingindo o falsete’ […] Outros combinam versos improvisados expressando os pensamentos do cantor com sílabas elaboradas e o uso de melisma […]
.
Semelhante em sentimento e expressão, o ‘holler’ pode ter sido o antecessor do blues!”[16]Seria legítimo empregar elementos claramente identificados com a música secular para louvar a Deus? .
Tratamos antes de mostrar como a música que produzimos, ouvimos, tocamos ou consumimos está ligada à adoração, uma vez que adoração não é um programa de fim de semana, mas um estilo de vida. Dentro dessa perspectiva, devo escolher uma música que seja compatível com o plano de Deus para mim. Uma música em que o efeito causado pelo emprego de uma técnica se torna mais importante do que a própria mensagem não pode ser tida como adequada. Especialmente no contexto de um culto, a apresentação musical não pode valorizar o intérprete ou sua execução. Perceba o tom de repreensão da serva do Senhor a seguir:
.
“Pode-se fazer grande aperfeiçoamento no canto. Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a música dos pássaros - dominado e melodioso.Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cânticos de louvor entoados em tom natural. Os cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso, eles se unem a nós no cântico. Eles combinam o coro, entoado de coração, com o espírito e o entendimento.”[17]
.
Tenho sincera dificuldade em harmonizar a descrição do ideal divino, conforme traçada no texto acima, com as apresentações musicais contemporâneas. Ao contrário: acredito que a música é barulhenta, alta (em tonalidade e volume), pouca dominada ou mesmo natural (afinal, os cantores tem se preocupado em “atingir” os limites de sua extensão vocal, muitas vezes gritando, literalmente) e tem freqüentemente abusado de modulações e “notas longamente puxadas”. [18]
.
MUDANÇA PARADIGMÁTICA A ESTE BORDO
.
Não conheço pessoalmente Leonardo Gonçalves e não tenho razões para criticar sua pessoa. O presente artigo tem a intenção de pensar as tendências da música gospel adventista, da qual Leonardo tem se destacado como um dos principais expoentes. Apesar de sua contribuição criativa em termos de letras bem pensadas, o estilo do cantor vem contribuindo para a tendência de relativizar a música cristã, minimizando o perigo de seu casamento com elementos da música secular (especialmente MPB e Black Music).
.
Tudo se torna ainda mais preocupante ao nos conscientizarmos de que estamos inseridos em um contexto profético; assim sendo, é capital que a música seja encarada com maior responsabilidade. Em visão, Ellen White disse o que aconteceria com a música nos tempos finais da história da igreja:
.
“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.”[19]
.
Parece incrível, mas veremos em nossas igrejas uma operação maligna, desvirtuando o propósito do próprio culto, tornando-o em uma experiência emocionalmente histérica, bastante parecida com a que encontramos em alguns cultos pentecostais. Fico me indagando se a influência da Black Music, originária das tradições pagãs da África, aonde a experiência de transe faz parte do culto, não pode estar envolvida com a mudança de paradigma musical que já vem ocorrendo, e que levará à confusão dos “sentidos dos seres racionais”.
.
O USO RESPONSÁVEL DE NOSSOS TALENTOS
.
Penso que um ministério de música bem-sucedido deve se basear nas orientações divinas. Deus graciosamente deu aos adventistas princípios claros para orientar nossa música. Não basta alcançar qualidade técnica e produzir com competência. Se não somos pautados pelo que o Senhor diz, estamos fadados ao fracasso. Louvar é o contrário de dar um “show”, porque a ênfase não recai no artista, senão na adoração que o ministro/cantor oferece a Deus. Penso que devemos de ter critérios muito mais substanciosos para analisar o trabalho de qualquer artista cristão do que simplesmente dizer “tudo o que é novo, não presta!” O outro extremo, é sucumbirmos a modismos, descuidando da vigilância necessária no contexto profético em que vivemos.
.
Acredito que deve haver maior debate sobre esses assuntos, de forma sadia e equilibrada. Não devemos ter medo de falar sobre música – ou qualquer outro assunto –, mas buscar um sólido embasamento bíblico e do Espírito de Profecia. O apóstolo Paulo recomenda aos cristãos:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração […]” Efésios 5:18 e 19.
.
Tendo em mente tudo o que foi discutido anteriormente, resta esperar para descobrir que tipo de tendência se refletirá no novo CD do cantor Leonardo Gonçalves e como isso afetará nossos jovens e os músicos locais.
.
Veja também: "Raiz Coral: Atração no casamento de vanessa camargo"[1]
.
http://www.supergospel.com.br/analises/analise.php?review=79[2]
.
Leonardo Gonçalves reconheceu a influência da MPB em seu CD “Poemas e Canções”, em recente entrevista ao site Super gospel. Veja o trecho:“[Supergopel] A canção ‘Coração’ é uma regravação do clássico de João Alexandre. Percebo que suas músicas em alguns aspectos se assemelham às influências de MPB e bossa nova que estão presentes nas canções do João. Fale um pouco sobre isso.[Leonardo Gonçalves]Nossa...! Que elogio! Com certeza quero seguir a linha dele... Ele em muitos sentidos é meu exemplo. Ele não canta apenas o que o seu público quer ouvir, mas o que todos nós precisamos ouvir, e infelizmente pagou e paga muito caro por isso. Ele é o músico evangélico mais completo que a gente tem, compõe, escreve, toca e canta em perfeita harmonia. Segundo os teólogos profeta é quem traz um recado de Deus para Seu povo. Profeta não é vidente que prevê o futuro. Moisés não falou nada do futuro e foi um dos maiores profetas que o mundo já viu. Segundo esta definição, João Alexandre é profeta, e, como muitos dos profetas bíblicos o foram, é um "outsider"; muitos não querem ouvir o recado que Deus quer nos dar através dele... Chega a ser engraçado, mas queria ver ele ganhar um troféu talento.
.
O prêmio de melhor cd independente deveria ser dele toda vez em que lança um. No mínimo este!”Lamentavelmente, Leonardo confunde-se ao definir o profeta bíblico, reduzindo seu papel; além de que, Moisés também se referiu ao futuro, sendo dois exemplos o proto-evangelho (Gênesis 3:15) e a sua previsão de um profeta que viria (Deuteronômio 15:18), ambos os textos messiânicos em sua essência. Para se ter acesso à entrevista completa:
.
http://www.supergospel.com.br/entrevistas/entrevista.php?ent=52[3]
.
Ellen G. White, Edução, p. 167, grifos acrescentados[4] Ellen G. White, Testemunhos Seletos,vol. I, p. 45, grifos acrescentados[5] http://dialogue.adventist.org/articles/14_1_beach_p.htm . Beach fala de cinco aspectos do culto; para ele, o culto adventista é transcultural, contextual, contracultural, intercultural e multicultural.[6] Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. I, idem.[7] Cf. Isaías 6[8] Ellen White repreende uma classe de jovens adventistas de Battle Creek, cidade de maior concentração adventista em sua época, por promoverem encontros e festas mundanas em seus lares, nos quais haviam músicas capazes de fazerem “os anjos observadores chorarem”. Leia Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 82 e 83. Podemos inferir que aonde o cristão esteja, a música tem de ser condizente com seus valores, o que não exclui a variedade musical de acordo com a ocasião.[9]Cf.: Marvin L. Robertson, “A Escolha da Música é Realmente Importante?”,
.
emhttp://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/escolha_musica.htm[10]“Assim como o jazz, que a influenciou, a Bossa Nova pode ser considerada uma linguagem, uma maneira de pensar e fazer música. Por ser uma concepção musical não redutível a um determinado gênero, comporta manifestações variadas: sambas (Tem dó, de Baden Powell e Vinícius de Moraes), marchas (Marcha da quarta-feira de cinzas, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), valsas (Luiza, de Tom Jobim), serestas (O que tinha que ser, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), beguines (Oba-lá-lá, de João Gilberto) etc.” “Bossa Nova: uma batida diferente” em http://www.dianagoulart.pro.br/english/artigos/bossa.htm[11]Entrevista publicada em Veja, ano 34, n° 24, 20 de Junho de 2001.[12] Nancy Pearcy, Verdade Absoluta – libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural, p. 52 e 63.[13] “Melisma em música é a técnica de alterar a nota (sensação de freqüência) de uma sílaba de um texto enquanto ela está sendo cantada.
.
A música cantada neste estilo é dita melismática, ao contrário de silábica, em que cada sílaba de texto é casada com uma única nota. A música das culturas antigas usavam técnicas melismáticas para atingir um estado hipnótico no ouvinte, útil para ritos místicos de iniciação (Mistérios Eleusinianos) e cultos religiosos. Esta qualidade ainda é encontrada na música contemporânea indu e muçulmana. Na música ocidental, o termo refere-se mais comumente ao Canto gregoriano, mas pode ser usado para descrever a música de qualquer gênero, incluindo o canto barroco e mais tarde o gospel. Geralmente, Aretha Franklin é considerada uma das melhores empregadoras modernas desta técnica.”
.
http://www.babylon.com/definition/melisma/Portuguese[14] Leonardo fez uma versão de uma das músicas do grupo em Poemas e Canções.[15] Ver a interessante matéria da National Geographic sobre o Hip Hop e os variados gêneros da música negra, mês de Maio.[16] Paul Oliver, Gospel Blues e Jazz, p. 44 e 45.[17] Ellen G. White, Evangelismo, p. 510.[18] Carlos A. Steger, no artigo “A Música no Grande Conflito entre Cristo e Satanás”
.
(http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/musica_grande_conflito.htm), apresenta esta interessante tabela comparativa:[19] Idem, Mensagens Escolhidas, Vol. II, p. 36 para entender melhor a situação em Indiana, ler o capítulo “A doutrina da carne Santa” e http://www.musicaeadoracao.com.br/egw/campal_indiana.htm
Postado por Gilberto Theiss às Sexta-feira, Junho 29, 2007

segunda-feira, 16 de março de 2009

O USO DE PALMAS NA IGREJA ADVENTISTA

Palmas na Igreja AdventistaQual é a posição da igreja com respeito ao uso de palmas na adoração?

Levi de Paula Tavares

Na verdade, assim como em toda a questão da música sacra e da adoração, não existe o que poderíamos chamar de "posição oficial", do tipo que poderíamos encontrar entre as 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mesmo a "Filosofia Adventista de Música", um documento oficial da Associação Geral, publicado em 1972, e revisto em 2005, não traz nada a respeito das palmas, talvez por que fosse impensável para os que participaram de sua elaboração que alguém, algum dia usaria palmas na igreja.
Vamos então, buscar na revelação divina os subsídios necessários para compreendermos a vontade de Deus com relação a isto. Os textos bíblicos que citam, de alguma forma, este tipo de manifestação são os seguintes:

Números 24:10 - "Então a ira de Balaque se acendeu contra Balaão, e bateu ele as suas palmas; e Balaque disse a Balaão: Para amaldiçoar os meus inimigos te tenho chamado; porém agora já três vezes os abençoaste inteiramente."
II Reis 11:12 - "Então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas, e disseram: Viva o rei!"
Jó 27:22-23 - "E Deus lançará isto sobre ele, e não lhe poupará; irá fugindo da sua mão. Cada um baterá palmas contra ele e assobiará tirando-o do seu lugar."
Jó 34:36-37 - "Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras."
Salmos 47:1 - "Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo. Porque o SENHOR Altíssimo é tremendo, e Rei grande sobre toda a terra."
Salmos 98:8 - "Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas,"
Isaías 55:12 - "Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas."
Lamentações 2:15 - "Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?"
Ezequiel 6:11 - "Assim diz o Senhor DEUS: Bate com a mão, e bate com o teu pé, e dize: Ah! Por todas as grandes abominações da casa de Israel! Porque cairão à espada, e de fome, e de peste."
Ezequiel 21:14 - "Tu, pois, ó filho do homem, profetiza e bate com as mãos uma na outra; e dobre-se a espada até a terceira vez, a espada dos mortos; ela é a espada para a grande matança, que os traspassará até o seu interior."
Ezequiel 21:17 - "E também eu baterei com as minhas mãos uma na outra, e farei descansar a minha indignação; eu, o SENHOR, o disse."
Ezequiel 22:13 - "E eis que bati as mãos contra a avareza que cometeste, e por causa do sangue que houve no meio de ti."
Ezequiel 25:6 "Porque assim diz o Senhor DEUS: Porquanto bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e com todo o desprezo do teu coração te alegraste contra a terra de Israel,"
Naum 3:19 - "Não há cura para a tua ferida, a tua chaga é dolorosa. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não passou continuamente a tua malícia?"

A simples leitura dos textos acima nos deixa claro imediatamente que a expressão “bater palmas” na cultura hebraica dos tempos do Antigo Testamento, se referia muito mais a uma expressão de surpresa e espanto do que qualquer forma de comemoração ou reconhecimento, como hoje ocorre na nossa cultura. Esta expressão de surpresa poderia ser tanto positiva quanto negativa, ou até mesmo de forte reprovação, zombaria, escárnio e desprezo.

Na verdade, podemos agrupar os textos acima, de acordo com seus significados, da seguinte forma:
Surpresa, espanto: Números 24:10; Salmos 98:8; Isaías 55:12; Lamentações 2:15; Naum 3:19
Reprovação, repreensão, rejeição, desprezo: Jó 27:22-23; Ezequiel 6:11; Ezequiel 22:13
Afirmação, concordância: Jó 34:36-37; Ezequiel 21:14; Ezequiel 25:6-7
Celebração, reconhecimento: II Reis 11:12; Salmos 47:1-2

Assim, fica bastante óbvio que qualquer referência a textos bíblicos que mencionem “bater palmas” (os quais ocorrem apenas no Velho Testamento), não pode ser transposta diretamente para a nossa cultura e às manifestações atuais, uma vez que o sentido das expressões bíblicas é muito diferente daquele empregado hoje. Será necessário uma análise do contexto das citações, para podermos compreender mais corretamente seu significado. Vamos analisar apenas os dois textos que indicam um significado de celebração ou reconhecimento, já que os outros significados estão, por si mesmos, excluídos da adoração.

Em II Reis 11:12 é citado o aplauso de reconhecimento e celebração. Porém, dizer que o rei estava sendo adorado através desta manifestação é absurdo! Fica assim evidenciado que o ato de bater palmas não era usado de forma direta como elemento de adoração, mesmo quando era usado como forma de celebração ou reconhecimento.
De todos os textos acima, a única referência bíblica acerca de bater palmas que poderíamos, de alguma forma, relacionar com o louvor é de Salmos 47:1-2. Porém, devemos observar uma coisa importante: O contexto do Salmo 47 indica que não é o povo de Israel que estava sendo chamado a bater palmas, mas sim as nações que haviam sido subjugadas. Ora, será que os povos pagãos, que não conheciam a Deus de forma plena nem O amavam, e que foram subjugados em Seu nome, estariam dispostos a adorá-Lo? Estariam dispostos a saudar o Deus do povo que os dominara? Provavelmente não e, neste caso, não podemos, de forma alguma, chamar isso de adoração.

Portanto, sendo Salmos 47:1-2 o único texto que poderia ser utilizado para defender esta prática como parte da adoração, podemos dizer com segurança que não há justificativa escriturística para fazer uso desta expressão no contexto da adoração a Deus na igreja. Se fosse esta a intenção do Salmo, ou se houvesse uma justificativa coerente para isto, este prática teria sido introduzida no Templo. Porém o relato bíblico nega esta possibilidade, já que não há nenhuma indicação aqui ou qualquer outro lugar da Bíblia de que bater palmas fosse uma característica usual na adoração.
Além disso, diferentemente da prática que se quer adotar atualmente em algumas igrejas (inclusive com o apoio de alguns pastores), notamos que somente Deus é o receptor desta expressão exuberante de alegria relatada no Salmo 47, e não um cantor, pregador, ou qualquer outra pessoa que se apresenta à frente. Da mesma forma, este "bater palmas" não é um acompanhamento rítmico à música que está sendo cantada. Tendo em vista a análise feita acima, não podemos dizer com certeza que o aplauso tenha entrado na igreja Adventista do Sétimo Dia como o resultado de uma pesquisa com oração, na Bíblia e nos escritos de Sra. White. Veio, como tantas outras coisas vieram, mais pelo "desejo de moldar-se segundo outras igrejas" (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 18).

Ellen White, embora sem mencionar palmas diretamente, dá o seguinte conselho, referindo-se a um regente e cantor: "Movimentos corporais são de pouco proveito. Tudo o que esteja ligado, de alguma forma, com o serviço religioso, deve ser digno, solene e impressivo. Deus não se agrada quando ministros que professam ser representantes de Cristo, representam-No tão mal como se fossem arremessar o corpo em atitudes de representação, gesticulando de modo indigno e vulgar, e gestos grosseiros e reles. Tudo isso diverte e despertará a curiosidade daqueles que desejam ver coisas estranhas, bizarras e empolgantes, mas estas coisas não elevarão a mente e o coração daqueles que as testemunham." Manuscript Releases, vol. 5, Manuscript nr. 306 – Music, p. 194

Foi mostrado a Ellen White o conflito final do povo remanescente de Deus:
“Vi que alguns, com fé robusta e gritos clamavam perante Deus. Estavam pálidos e seus rostos demonstravam a profunda ansiedade resultante de luta interna. Grossas gotas de Suor banhavam sua fronte...

Os anjos maus os rodeavam, oprimindo-os com trevas para ocultar-lhes a visão de Jesus ... De quando em quando Jesus enviava um raio de luz aos que angustiosamente oravam, para iluminar seu rosto e dar alento aos seus corações.

Vi que alguns não participavam dessa obra...ao contrário mostravam-se indiferentes e negligentes, sem cuidar-se de resistir as trevas que os envolviam, e essas trevas os encobriam como uma densa nuvem. Os anjos de Deus se afastaram deles e acudiram em auxilio aos que dedicadamente oravam. Vi anjos de Deus que se apressavam para auxiliar todos quantos de empenhavam em resistir com todas as forças aos anjos maus e procuravam ajudar-se a si mesmos invocando perseverantemente a Deus." (Primeiros Escritos, pp. 269-270)

Brevemente, antes da vinda de Jesus, cada cristão deve passar pela experiência do Getsêmani. Aqueles que desenvolveram uma experiência superficial baseada no emocionalismo, não suportarão este tempo. Porém aqueles que têm aprendido a defender a verdade e os princípios, receberão ajuda para permanecerem firmes.

Haverá um verdadeiro derramamento do Espírito Santo. Porém não será acompanhado de música mundana, palmas, leviandade, trivialidade e fanatismo – ao contrário, nos levará a uma profunda contrição de alma. Mas antes do verdadeiro derramamento do Espírito Santo virá um movimento falso, assim como antes da segunda vinda de Cristo haverá uma segunda vinda falsa. Não será muito melhor esperar pelo Espírito Santo verdadeiro e pela verdadeira Segunda Vinda?
“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos”. Isaías 25:9
Seguem abaixo algumas outras citações de Ellen White a respeito da ordem e solenidade no culto:

"Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de Deus; e Ele Se aproximará de nós." – Review and Herald, 14 de novembro de 1899 – Evangelismo, p. 510

"As superfluidades que se introduziram no culto em ______, têm de ser vigorosamente evitadas. ... A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram 'após seus ídolos'". Ezequiel 6:9. – Carta 198, 1899.

"Quando os professos cristãos alcançam a alta norma que é seu privilégio alcançar, a simplicidade de Cristo será mantida em todo o seu culto. As formas, cerimônias e realizações musicais não são a força da igreja. No entanto, estas coisas tomaram o lugar que deveria ser dado a Deus, tal como se deu no culto dos judeus.
O Senhor revelou-me que, se o coração está limpo e santificado, e os membros da igreja são participantes da natureza divina, sairá da igreja que crê a verdade um poder que produzirá melodia no coração. Os homens e as mulheres não confiarão então em sua música instrumental, mas no poder e graça de Deus, que proporcionará plenitude de alegria. Há uma obra a fazer: remover o cisco que se tem trazido para dentro da igreja. ...
Esta mensagem não se dirige apenas à igreja de ______, mas a todas as igrejas que lhe seguiram o exemplo." – Manuscrito 157, 1899.

"Outros ainda vão ao extremo oposto, pondo mais força nas emoções religiosas, e manifestando intenso zelo nas ocasiões especiais. Sua religião parece ser mais da natureza de um estimulante do que uma permanente fé em Cristo.

Os verdadeiros pastores conhecem o valor da obra interior do Espírito Santo sobre o coração humano. Satisfazem-se com a simplicidade nos cultos. Em vez de dar valor ao canto popular, volvem sua atenção principalmente para o estudo da Palavra, e dão de coração louvor a Deus. Acima do adorno exterior, consideram o interior, o ornamento de um espírito manso e quieto. Na sua boca não se acha engano." – Manuscrito 21, 1891.

BATISTAS ADMITEM QUE DOMINGO É TRADIÇÃO PAGÃ

O Dr. EDWARD T. HISCOX, autor de um Manual da Igreja Batista, numa conferência para ministros da denominação batista, realizada cm Nova York, no dia 13 de novembro de 1893, leu extenso discurso sobre a mudança do sábado para o domingo.
.
Um discurso magnífico, de que não me furto ao prazer de citar trechos para os amigos batistas que nos combatem aqui no Brasil. Esse discurso foi parcialmente reproduzido no The Watchman Examiner, órgão batista editado em Nova York, edição de 16 de novembro de 1893.
.
Eis alguns trechos reproduzidos ipsis verbis, como constam do jornal em apreço:
.
"Havia e há um mandamento para santificar-se o sábado, mas aquele sábado não era o domingo. Será dito, talvez, e com ostentação de triunfo, que o sábado foi transferido do sétimo para o primeiro dia da semana, com todos os seus deveres, privilégios e sanções.
.
"Desejando ardentemente informações sobre este assunto, que tenho estudado por muitos anos, pergunto: Onde se pode achar o relato de tal transferência? Não no Novo Testamento, absolutamente não! Não há na Escritura evidência de mudança da instituição do sábado, do sétimo para o primeiro dia da semana.
.
"Desejo dizer que esta questão do sábado – deste ponto de vista – é a questão mais séria e embaraçosa relacionada com as instituições cristãs que atualmente reclamam a atenção do povo cristão; e a única razão por que não é ela um elemento de perturbação no pensamento cristão e nas discussões religiosas, é porque O MUNDO CRISTÃO A TEM ACEITADO com a convicção de que se efetuou qualquer transferência já no princípio da história cristã. ...
.
"É para mim incompreensível que Jesus, vivendo durante três anos com Seus discípulos, conversando com eles muitas vezes sobre a questão do sábado, tratando-a nos seus vários aspectos, ressalvando-a das falsas interpretações, nunca Se referisse a uma transferência desse dia; mesmo durante os quarenta dias de vida após Sua ressurreição, tal coisa não foi indicada. Nem tampouco, quanto ao que saibamos, o Espírito Santo, que fora enviado para lhes fazer lembrar tudo quanto haviam aprendido, tratou desta questão. Nem ainda os apóstolos inspirados, pregando o Evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo, discutiram ou abordaram este assunto.
.
"Além disso estou bem certo de que o domingo foi posto em uso como dia religioso, bem no princípio da história cristã, pois ASSIM APRENDEMOS DOS PAIS DA IGREJA e de outras fontes. MAS QUE PENA TER VINDO ELE ESTIGMATIZADO COM A MARCA DO PAGANISMO E CRISMADO COM O NOME DO DEUS SOL, QUANDO ADOTADO E SANCIONADO PELA APOSTASIA PAPAL, E DADO AO PROTESTANTISMO COM UM LEGADO SAGRADO." (Grifos e versais nossos).
.
Aí está uma confissão honesta. O domingo não tem sanção escriturística. É invenção humana e procede de fonte impura: paganismo.
.
Vamos citar outra confissão honesta relativa à origem extrabíblica do domingo, feita por outro renomado pastor batista e, notem bem, da Primeira Igreja Batista de Dayton, Estado de Ohio, EE. UU. Extraímo-la do The Watchman Examiner, órgão oficial da denominação batista, edição de 25 de outubro de 1956.
.
O Pastor ALBERT CALHOUN PITTMAN declara textualmente:
"... aqueles primitivos cristãos sentiram a necessidade de se reunirem em tempos aprazados para a adoração. Assim começaram a se reunir no primeiro dia do semana, para comemorarem a ressurreição de Cristo dentre os mortos.
.
"Primitivamente reuniam-se no domingo de manhã porque a domingo não era um dia feriado MAS SIM UM DIA DE TRABALHO NORMAL como os demais. Em uma carta escrita por Plínio ao imperador Trajano, e que tem sido preservada, lemos que aqueles antigos cristãos tinham uma breve reunião ao romper do dia no primeiro dia da semana, cantavam um hino a Cristo, ligavam-se por um voto de companheirismo, partilhavam uma merenda religiosa e EM SEGUIDA RETORNAVAM AO SEU TRABALHO, para os seus labores da semana." (Grifos e versais nossos, para realce) Isto quer dizer que o ilustre ministro batista concorda com a realidade histórica; com o fato indestrutível: O DOMINGO É INVENÇÃO HUMANA!!!
.
Aqui mesmo no Brasil ocorreu, há 40 anos um fato interessante. Os batistas, movidos de espírito polêmico atacavam, pela imprensa, o aspersionismo e o pedobatismo pelo fato de um órgão presbiteriano defender essas práticas. Num desses ataques, O Jornal Batista aventou a idéia de que não há na Bíblia prova taxativa para justificar o batismo de crianças, e isso era uma razão para não o aceitar.
.
Em réplica, O Puritano, órgão então oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, editado no Rio em edição de 7 de maio de 1925, afirmava: "Se, pelo fato de não termos na Bíblia uma prova absoluta e taxativa para o batismo infantil, isto tira o valor da doutrina, diga-nos aqui à puridade o bom do Jornal [órgão batista]: em que fica o colega com a guarda do domingo e não do sábado? Pode o colega mostrar no Novo Testamento, de modo positivo, um mandamento para mostrar a guarda do domingo? DAMOS DOIS MIL CONTOS ao colega se no-la apresentar. ..." (Grifos e versais nossos).
.
E o órgão batista mudou de conversa... perdeu ótima oportunidade de abocanhar dois milhões de cruzeiros, naqueles tempos... Por quê? Porque a guarda do domingo, bem como o aspersionismo e o pedobatismo, são práticas pagãs que se infiltraram na igreja cristã. Gradativamente, em função da apostasia e da acomodação com o Estado. É o que nos diz a História. Mas a nossa regra de fé é a Bíblia, e o que nela não consta, deve ser rejeitado.
.
Bem, noutro tópico eu chamei a atenção do nosso irmão Marlington quanto ao uso da palavra "hipócrita" que creio ser muito severa. Acho que seria melhor dizer "incoerente", pois realmente se aceitam a validade e vigência do 4o. mandamento como princípio originário da criação do mundo, portanto moral e universal, então não há porque acatar o que vem da mera tradição católica, como é o domingo. E, pior, vem do mais negro paganismo, como pastores batistas admitiram.
.
Azenilto de Brito, Bessemer, Ala., EUA
postado por Sábado, a verdade que abala

terça-feira, 3 de março de 2009

ASTROS E ESTRELAS DA MPA - MÚSICA POPULAR ADVENTISTA

Luzes da Alvorada Produções

Este é um pequeno trecho extraído ou preparado com base em uma palestras da série "Música, Bênção ou Maldição?"


Voltando ao texto da Filosofia Adventista de Música de 1972, lemos: "Apresentação – Toda apresentação de música sacra deve ter o objetivo supremo de exaltar o Criador, em lugar de exaltar o músico ou prover entretenimento." - Filosofia Adventista de Música, Conferência Geral – IASD, 1972.

O referido documento diz ainda que a música apropriada para o evangelismo deve "ser simples e melódica, apresentada sem o realce da exibição pessoal." – Idem.

"O talento musical encoraja freqüentemente orgulho e desejo de exibição e os cantores pouco pensam em louvar a DEUS. Em vez de levá-los a lembrar-se de DEUS, leva-os a esquecê-Lo com freqüência. - Carta 6a, 1890.

"Exibição não é religião nem santificação... A mais aprazível oferta aos olhos de DEUS, é um coração humilhado pela abnegação, pelo tomar da cruz e seguir a JESUS. - Review and Herald, 14 de novembro de 1899. - Evangelismo, pág. 510.

Creio que muitos de nós temos tristes lembranças de ocasiões lamentáveis nas quais, literalmente, os aplausos tomaram o lugar da reverência. Em reuniões de louvor e adoração nas quais existem aplausos nunca faltam demônios, pois, o pioneiro da exaltação própria foi Lúcifer. Esses aplausos agradam os incautos e orgulhosos, são um laço para os inexperientes, escândalo para os sinceros, tristeza para os anjos e abominação para DEUS. Nossas reuniões nunca deveriam ser contaminados com tais atos de irreverência, ainda que alguns afirmem que são demonstrações de louvor.

Ellen G. White escreveu: "Peço-vos que estudeis de novo a cruz de Cristo. Se todos os orgulhosos e vangloriosos cujo coração anseia aplauso dos homens e distinção acima de seus companheiros pudessem estimar devidamente o valor da mais exaltada glória terrena em comparação com o valor do Filho de Deus - rejeitado, desprezado, cuspido por aqueles mesmos a quem viera salvar - quão insignificantes pareceriam todas as honras que o homem mortal pudesse conferir!...

"Vigiar e controlar o próprio eu, dar preeminência a Jesus e manter o próprio eu fora de vista requer constante, diligente e atento esforço." Testimonies, vol. 4, págs. 374-376. - Exaltai-O, pág. 241.

"Um grande defeito no caráter de Saul era seu amor à aprovação. Esta característica tivera uma influência preponderante em suas ações e pensamentos; tudo se assinalava pelo seu desejo de louvor e exaltação própria. Sua norma para o que era reto e aquilo que o não era, consistia no baixo padrão do aplauso popular. A pessoa que vive para agradar aos homens, e não procura primeiramente a aprovação de Deus, não está livre de perigo." Patriarcas e Profetas, pág. 650.

Já observaram o que acontece quando são anunciados programas especiais de música? Se é um Sé da Silva vindo de sei lá onde, muitos preferem tirar a tarde de sábado para dormir ou passear. Mas, se é um grande "astro" ou "estrela" da "MPA", a "Música Popular Adventista", chegam até a organizar caravanas para que ninguém perca o "espetáculo". Muitas vezes o irmão Sé da Silva, ou o conjunto "Sem Nome" da "Vila Sei Lá Onde", cantam boas músicas, colocando todo o coração no que estão fazendo. Mas, como "não são ninguém", talvez somente os anjos se importem realmente de estarem presentes e cantarem juntos.

Já no caso dos nossos grandes artistas, porque são famosos, têm vários CDs gravados, podem fazer qualquer "barbaridade" na frente que está tudo bem; eles são os tais! Em muitos casos, quando termina o exibicionismo, poucas palavras do barulho a que se chamou música podem ser lembradas. Não faltam, no entanto, aqueles que elogiam e pedem autógrafos, enquanto os demônios cantam vitória por mais um ponto que marcaram. Estamos procurando boas músicas e verdadeiro louvor a DEUS ou estamos correndo atrás de celebridades?

O exibicionismo leva à carência de poder divino em nossas programações e apresentações, o que leva muitas pessoas a buscarem uma compensação para isso lançando mão de recursos que aumentam a ostentação. Ellen G. White advertiu, certa vez, a um pastor que estava seguindo por esse caminho e disse que se ele "desse ouvidos ao conselho de seus irmãos, e não corresse da maneira por que o faz no esforço de obter grandes congregações, exerceria mais influência para bem, e sua obra teria efeito mais benéfico. Ele deve cortar de suas reuniões tudo quanto tenha semelhança com exibições teatrais; pois tais aparências exteriores não dão nenhuma força à mensagem que ele anuncia. Quando o SENHOR puder cooperar com ele, sua obra não precisará ser feita de modo tão dispendioso. Ele não necessitará então fazer tantas despesas em anúncios de suas reuniões. Não porá tanta confiança no programa musical. Esta parte de seu serviço é realizada mais à maneira de um concerto teatral, do que de um serviço de canto em uma reunião religiosa." Carta 49, 1902. - Evangelismo pág. 501.

"A forma e a cerimônia não constituem o reino de DEUS. As cerimônias tornam-se numerosas e extravagantes, quando se perdem os princípios vitais do reino de DEUS. Mas não é forma e cerimônia o que CRISTO requer. Ele almeja receber de Sua vinha frutos de santificação e altruísmo, atos de bondade, misericórdia e verdade." - Evangelismo pág. 511.

A Filosofia Adventista de Música, votada pela Conferência Geral também recomenda "fugir de exibições teatrais e com ostentação.

"Nenhum jota ou til de qualquer coisa teatral deve aparecer em nossa obra. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra." – Evangelismo, págs. 137 e 138; Review and Herald – 30 de novembro de 1900." - Filosofia Adventista de Música, Conferência Geral – IASD, 1972.