sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bom senso e reverência na condução e prestação de culto


Tenho estado em várias igrejas, a convite cordial e gentil de seus pastores, para pregar, participar de encontros especiais, de festas de aniversários e série de conferências de evangelização e palestras missionárias, e ensino da Palavra, assim como tantos outros motivos, coisa muito comum aos pastores e missionários.

Sempre sou muito bem recebido, hospedado como um príncipe, tendo só motivos de agradecer a generosidade, a gentileza e a maneira tão afável com a qual sou acolhido e pelo fato de nem ser o mais indicado para missão tão majestosa que é pregar a Palavra e ensinar o povo de Deus. Sou grato a Deus por Sua misericórdia e aos colegas pela deferência.

No entanto, algumas situações, poucas na verdade, tem me constrangido e me dado motivo de exame e reflexão.

Auditórios irreverentes, pessoas conversando durante o culto entrando e saindo como se estivessem numa reunião social, líderes que tratam a assembléia como auditórios de programas de TV. As chamadas equipes de louvor que cansam o auditório com inúmeros cânticos em pé, falando em gíria, usando chavões tais como: “parece que vocês não tomaram café”, “vamos nos animar”, “bom dia... tá fraco, vamos falar mais forte” etc. Depois, na hora do culto saem para descansar, beber água etc, sem cultuar. Crentes com trajes inconvenientes, tanto jovens como adultos e mesmo até crianças arrumadas como para uma festa de fantasia da escolinha.

Fui convidado, tempos atrás, dentro do quadro de aniversário de uma grande igreja do interior, para um sábado especial. Quem me apresentou foi a pessoa responsável pela direção do programa e disse algo mais ou menos assim: “Está conosco o pastor Paulo, Paulo do que mesmo? Como? Não entendi, mas não faz mal, como eu não o conheço vou pedir pra ele mesmo se apresentar...” O Pastor da igreja estava sentado e sentado permaneceu. Apresentei-me como quem tinha sido convidado especialmente para uma programação de aniversário da igreja inserida no Jubileu de Ouro da mesma. A carta-convite, assinada pelo pastor da igreja e por mais alguém da comissão de programa foi confirmada por telefonema, e na véspera, liguei para saber como chegar, onde estacionar pois vindo da capital do Estado para aquela cidade precisava das coordenadas.

Falta bom senso. Não se convida para pregar quem não é conhecido, pois isso é muito temerário, ou não se dá a responsabilidade de direção de programa e apresentação de um orador a quem não o conhece. Falta organização. Se não se tem o que dizer do convidado, diga-se apenas que é o pregador da ocasião. Não é necessário fazer elogios ou dizer o que não é conveniente.

Em duas outras igrejas a pouco tempo passado, pude observar coisas interessantes, para não dizer surpreendentes. Em uma percebi a disposição louvável de uma senhora de uns 50 anos aproximadamente, a idade pouco importa. Ela estava indo e voltando, enquanto o Pastor dirigia o culto, ia buscar cadeiras, com muita disposição. Passava bem na frente do Pastor, ia e vinha várias vezes. Ela era até que discreta nos seus gestos, cuidadosa com o barulho, mas chamava a atenção pelos trajes. Calça fuseau cor de cenoura e camiseta regata. Certamente ela tinha vindo ou ia fazer caminhada.

Não fosse o fato de sua indumentária poderia até ser uma inspiração de amor e serviço, mas esses trajes... em um momento de culto. E, além do mais que culto era esse? Era um culto fúnebre.

Em outro culto fúnebre o Pastor de uma outra igreja pediu-me para dar uma palavra de conforto à família enlutada. Enquanto aguardava ao lado de minha esposa, sentados na congregação, um celular começa a tocar insistentemente, bem atrás de onde estávamos. Uma senhora atende, ali mesmo, sentada na fileira de trás, enquanto o Pastor falava a mulher conversava ao telefone, contava o que estava acontecendo, como se estivesse na praça ou na sala de sua casa. No mínimo isso representa falta de educação.

Celular ligado no culto, para que? Deus nunca usou, nem usará celulares para falar conosco.

Caso o crente esteja de serviço, no seu plantão, ou haja um motivo de força maior, e ele pode, se deseja participar do culto, deve deixar seu celular em silêncio, quando muito no vibra-call, ser discreto, ao sair para atender o telefone do lado de fora e assim mesmo, se lembrar de não gritar ao telefone, pois da porta do templo sua conversa perturba que está cultuando.

Isso é bom senso, boa educação e reverência.

Que tal nos lembrarmos disso para praticarmos e ensinarmos às crianças e adolescentes, para que haja reverencia e respeito com o culto. Sejamos sensatos e reverentes.

Pr. Paulo Roberto Sória
Igreja Evangélica Batista no Alto da Mooca

NOTA NFF: Esse texto foi redigido pela igreja Batista há algum tempo atrás e demostra um mal que se alastra praticamente em todas as igrejas. Os cultos de celebração e gospel são um convite à irreverência clara e aberta, mas existem aqueles que imperceptivelmente disseminam esse vírus dentro de nossos templos pela falta de bom senso. Recentemente tenho visto crianças que correm pra lá e para cá dentro de nossas igrejas ou saindo para fora durante o culto sem a presença dos pais. São filhos de pais presentes, que não se importam com as atitudes de seus filhos no momento de adoração. Papéis de bala, saquinhos de bolacha são encontrados a todo momento, sem falar naquelas panelinhas que se reúnem do lado de fora da igreja durante o culto, às vezes com conversas até sérias, mas em horário impróprio. Estão os pais cumprindo a tarefa de ensinar seus filhos a obedecer e serem reverentes a Deus? Têm eles despertado nos seus filhos estes preceitos? É no lar que se pode exercer a maior influencia quanto á reverência. Contudo as nossas atitudes na igreja fazem parte da preparação para a santa e eterna adoração no Céu. Se você quer participar desta adoração, reverencie ao senhor!


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