terça-feira, 25 de novembro de 2008

A LEI DE DEUS - FOCO DA CONTROVÉRSIA


Desde o início do grande conflito no Céu, tem sido o intento de Satanás subverter a lei de Deus. Foi para realizar isto que entrou em rebelião contra o Criador; e, posto que fosse expulso do Céu, continuou a mesma luta na Terra. Enganar os homens, levando-os assim a transgredir a lei de Deus, é o objetivo que perseverantemente tem procurado atingir. Quer seja isto alcançado, podo de parte toda a lei, quer rejeitando um de seus preceitos, o resultado será finalmente o mesmo. Aquele que tropeçar "em um só ponto", manifesta desprezo pela lei toda: sua influência e exemplo estão do lado da transgressão; "culpado de todos". Tiago 2:10.

Procurando lançar o desprezo sobre os estatutos divinos, Satanás perverteu doutrinas da Escritura Sagrada, e assim se incorporaram erros na fé alimentada por milhares dos que professam crer nas Escrituras. O último grande conflito entre a verdade e o erro, não é senão a luta final da prolongada controvérsia à lei de Deus. Estamos agora a entrar nesta batalha - batalha entre leis dos homens e os preceitos de Jeová, entre a religião da Bíblia das fábulas e da tradição.

Rejeitando a verdade, os homens rejeitam o seu Autor. Conculcando a lei de Deus negam a autoridade do Legislador. É tão fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias, como talhá-lo de madeira ou pedra. Para muitos, um ídolo filosófico é entronizado em lugar de Jeová, enquanto o Deus vivo, conforme revelado em Sua Palavra, em Cristo e nas obras da criação é adorado apenas por poucos. Milhares deificam a Natureza, enquanto negam o Deus da Natureza. Posto que de forma diversa, existe hoje a idolatria no mundo cristão, tão verdadeiramente como existiu entre o antigo Israel nos dias de Elias. O deus de muitos homens que se professam sábios, de filósofos, poetas, políticos, jornalistas; o deus dos seletos centros da moda, de muitos colégios e universidades, mesmo de algumas instituições teológicas, pouco melhor é do que Baal o deus-Sol da Fenícia.

Nenhum erro aceito pelo mundo cristão fere mais audaciosamente a autoridade do Céu, nenhum se opõe mais diretamente aos ditames da razão, nenhum é mais pernicioso em seus resultados do que a doutrina moderna, que tão rapidamente ganha terreno, de que a lei de Deus não mais vigora para a homens. Toda nação tem suas leis que impõem respeito e obediência; nenhum governo poderia existir sem elas; e pode-se conceber que o Criador dos Céus e da Terra não tenha lei para governar os seres que fez?

Seria muito mais razoável que as nações abolissem seus estatutos permitissem ao povo fazer o que lhe aprouvesse, do que o Governador do Universo anular Sua lei e deixar o mundo sem uma norma para condenar o culpado ou justificar o obediente. Qual seria o resultado de abolir a lei de Deus? Quando quer que os preceitos divinos sejam rejeitados, o pecado deixa de parecer repelente, ou a justiça desejada. Os que se recusam sujeitar-se ao governo de Deus, são de todo inaptos para governarem a si próprios. Ao mesmo tempo em que escarnecem da credulidade dos que obedecem aos preceitos de Deus as multidões avidamente aceitam os enganos de Satanás. Dão rédeas à concupiscência, e praticam os pecados que atraíram juízos sobre os ímpios.

"Seria muito mais razoável que as nações abolissem seus estatutos e permitissem ao povo fazer o que lhe aprouvesse, do que o Governador do Universo anular Sua lei e deixar o mundo sem uma norma para condenar o culpado ou justificar o obediente."

Os que ensinam o povo a considerar com leviandade os mandamentos de Deus, semeiam desobediência para colherem desobediência. Rejeitem-se completamente a restrição posta pela lei divina e as leis humanas logo serão desatendidas. Visto que Deus proíbe as práticas desonestas: a cobiça, a mentira, a fraude, os homens estão prontos a conculcar os Seus estatutos como estorvo à prosperidade mundana; não se dão conta, porém, dos resultados que adviriam de banir os preceitos divinos. Se a lei não estivesse em vigor, por que temer transgredi-la? A propriedade não mais estaria segura. Os homens obteriam pela violência as posses de seus semelhantes; e o mais forte se tornaria o mais rico. A própria vida não seria respeitada. O voto matrimonial não mais permaneceria como o baluarte sagrado para proteger a família. O que tivesse forças tomaria, se o quisesse, pela violência, a esposa de seu próximo. O quinto mandamento seria posto à parte, junto com o quarto. Filhos não recuariam de tirar a vida de seus pais se assim fazendo, pudessem satisfazer ao desejo do coração corrompido. O mundo civilizado se tornaria uma horda de salteadores e assassinos; e a paz, o descanso e a felicidade desapareceriam da Terra.


AS COMPORTAS DIABÓLICAS JÁ ESTÃO ABERTAS

A doutrina de que os homens estão isentos da obediência aos mandamentos de Deus já tem debilitado a força da obrigação moral, abrindo sobre o mundo as comportas da iniqüidade. Ilegalidade, dissipação e corrupção nos assoberbam qual maré esmagadora. Na família Satanás está em atividade. Sua bandeira tremula, mesmo nos lares que se professam cristãos. Há invejas, suspeitas, hipocrisias, separação, emulação, contenda, traição de santos legados, satisfação das paixões. Todo o conjunto dos princípios e doutrinas religiosas, deveriam constituir o fundamento e arcabouço da vida social, assemelha-se a uma massa vacilante, prestes à ruir. Os mais vis dos criminosos, quando lançados nas prisões pelas suas faltas, tornam-se freqüentemente recebedores dádivas e atenções como se houvessem alcançado invejável distinção. Dá-se grande publicidade a seu caráter e crimes. A imprensa publica as minúcias revoltantes do vício, iniciando desta maneira outros na prática da fraude, roubo, assassínio. O enfatuamento do vício, a criminalidade, o terrível aumento da intemperança e iniqüidade de toda sorte e grau, devem despertar todos os que temem a Deus para que investiguem o que se pode fazer a fim de suster a maré do mal.

"Qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um ponto, tornou-se culpado de todos." Epístola de Tiago 2:10

Agora que Satanás não mais pode conservar o mundo sob seu domínio, privando-o das Escrituras, recorre a outros meios para realizar o mesmo objetivo. Introduzindo a crença de que a lei de Deus não mais vigora, leva os homens à transgressão, de um modo tão eficaz como se fossem completamente ignorantes acerca de seus preceitos. Apegando-se ao erro papal da imortalidade natural e consciência do homem na morte, rejeitaram a única defesa contra os enganos do espiritismo. A doutrina do tormento eterno tem levado muitos a descrer na Escritura Sagrada. E hoje, como nos séculos passados, está a operar mediante a igreja a fim de favorecer os seus desígnios. As organizações religiosas da época têm recusado ouvir as verdades impopulares claramente apresentadas nas Escrituras, e, combatendo-as, adotaram interpretações e assumiram atitudes que têm espalhado largamente as sementes do cepticismo. E, ao insistir com o povo acerca das reivindicações do quarto mandamento, verifica-se que a observância do sábado do sétimo dia é ordenada; e, como único meio de livrar-se de um dever que não estão dispostos a cumprir, declaram muitos ensinadores populares que a lei de Deus não mais está em vigor. Repelem, assim, a lei e o sábado juntamente. À medida que se estende a obra da reforma do sábado, esta rejeição da lei divina para evitar as reivindicações do quarto mandamento se tornará quase universal. Os ensinos dos dirigentes religiosos abriram a porta à incredulidade, ao espiritismo e ao desdém para com a santa lei de Deus; e sobre esses dirigentes repousa a terrível responsabilidade pela iniqüidade que existe no mundo cristão.

Todavia esta mesma classe apresenta a alegação de que a corrupção que rapidamente se alastra é atribuível, em grande parte, à profanação do descanso dominical, e que a imposição da observância do domingo melhoraria grandemente a moral da sociedade. Insiste-se nisto especialmente na América do Norte, onde a doutrina do verdadeiro sábado tem sido mais amplamente pregada. Ali, a obra da temperança, uma das mais preeminentes e importantes das reformas morais, acha-se freqüentemente combinada com o movimento em favor do descanso dominical, e os defensores do último agem como se estivessem a trabalhar a fim de promover os mais elevados interesses da sociedade; e os que se recusam a unir-se a eles são denunciados como inimigos da temperança e reforma. Mas o fato de que o movimento para estabelecer o erro se encontra ligado a uma obra que, em si mesma, é boa, não é argumento a favor do erro. Podemos disfarçar o veneno misturando-o com o alimento saudável, mas não mudamos a sua natureza. Ao contrário, torna-se mais perigoso o veneno, visto ser mais fácil que ele seja tomado inadvertidamente. É um dos ardis de Satanás combinar com a falsidade precisamente uma porção suficiente de verdade para que lhe dê caráter plausível. Os dirigentes do movimento em favor do domingo podem advogar reformas que o povo necessita, princípios que se acham em harmonia com a Escritura Sagrada; contudo, enquanto houver com eles uma exigência contrária à lei de Deus, Seus servos não se lhes irão unir. Nada os pode justificar de pôr à parte os mandamentos de Deus, optando pelos preceitos dos homens.


DOIS GRANDES ERROS

Mediante os dois grandes erros, a imortalidade da alma e a santidade domingo, Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através da voragem para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, conculcando os direitos da consciência.

Mediante os dois grandes erros, a imortalidade da alma e a santidade do domingo, Satanás há de enredar o povo em suas malhas.

A linha de separação entre cristãos professos e ímpios é agora dificilmente discernida. Os membros da igreja amam o que o mundo ama, e estão prontos para se unirem a ele; e Satanás está resolvido a uni-los em um só corpo, e assim fortalecer sua causa arrastando-os todos para as fileiras do espiritismo. Os romanistas, que se gloriam dos milagres como sinal certo da verdadeira igreja, serão facilmente enganados por este poder operador de prodígios; e os protestantes, tendo rejeitado o escudo da verdade, serão também iludidos. Romanistas, protestantes e mundanos juntamente aceitarão a forma de piedade, destituída de sua eficácia, e verão nesta aliança um grandioso movimento para a conversão do mundo e o começo do milênio há tanto esperado.

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